A nossa cama,
ser estrangeira no teu coração é como andar descalça nas ruas de verão e comer gelados de inverno.
por isso, fui inscrever-me num curso de línguas.
De quando as janelas do nosso quarto choravam, de manhã. De quando o calor amanhecia lentamente, no inverno, na nossa cama. De quando as flores eram mais flores. E o céu mais azul. De quando havia viagens, entre nós. De quando os caminhos eram cor-de-amor. Dos laços de mel. De quando era poesia, o teu sorriso. De quando era música, a tua voz. De quando os teus defeitos eram só meus. De quando o meu corpo era a tua única morada. Da virgindade do nosso amor.
Saudades.
A mulher, o resto da vida, há-de ser a mulher, o resto da vida. Entretanto amar-me-ás, amar-te-ei, seja qual for o verbo ou a pessoa. Confusão mental. A poesia é uma miragem, o amor é um suicídio. A paixão são os fins-de-tarde, as noites. Veres-me como sou. Veres-me como só eu me vejo. Pura, inteira, nua. Tua.
fins (diz, entre um cigarro e outro)
ver as certezas nos teus olhos, ouvir as dúvidas nas tuas palavras.
fins (diz, entre um cigarro e outro)
um filme depressivo.
compassos. respirações. 3, 4. da manhã. nós. nono. Nonô. Leonor, talvez. o de rapaz. não, não. perceberás talvez um dia que cheguei a escrever letras de desamor, por ti. quinto? não, o segundo. "a nossa noite. Perfeita". leva pê grande mesmo?
Ele: Sentes-te bem assim comigo?
Ela: Pertenço-te. E à Terra.
Um tempo.
Ela: Nunca te chamarei meu amor.
Ele: Porquê?
Ela: Gosto do teu nome.
Um tempo.
Ele e Ela: Gosto de ti.
eu gostava de levar comigo esse amor que escondes entre a carne e os ossos. esquecer a poesia, esquecer. esquecer a ética. amar-te na cozinha, à luz do dia. com toda a falta de romantismo que a sinceridade tem.
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